Hyundai Elantra Neos

A grande jogada da Hyundai com o Hyundai i30 ou Elantra Neos

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A grande jogada da Hyundai com o Hyundai i30 ou Elantra Neos

A notícia de que um Hyundai i30 estaria em exposição numa concessionária Hyundai aqui de São Paulo com o nome de Elantra Neos se espalhou rápido pela internet. Afinal, não é nada comum um modelo tão diferente (com um nome mais diferente ainda) exposto numa revenda como se fosse só mais um a venda. Já tinha lido a respeito quando começaram a chegar emails de pessoas que souberam do carro, visitaram a concessionária e queriam informações mais concretas.

O fato é que desde a alta do dólar, lá em meados de 2001, a Hyundai começou a apostar unicamente em utilitários como Santa Fé, Terracan a H-100. Naturalmente mais baratos que a concorrência e sem um preço de categoria definido, era mais fácil importá-los e vendê-los seguindo a maré do dólar. Afinal, o mercado não tinha base para saber se um Terracan vendido por R$95.000,00 estava caro ou barato. Agora, porém, com a baixa da moeda americana e com o crescimento do mercado nacional, ficou muito mais fácil e atraente voltar a vender automóveis de passeio por aqui (sempre tivemos o luxuoso sedã Sonata, mas ele nunca representou uma porcentagem significativa nas vendas da marca). E é o que ela vai fazer. Depois da explosão do Tucson, teremos uma atraente oferta de automóveis. Começando pelo i30.

Este hatch médio foi lançado ano passado na Europa. Na verdade não é nada além de um Kia Cee'd um pouco modificado. Apesar dos esforços das duas marcas para tornar as linhas de todos seus modelos mais européias (algo conseguido pelo Kia), o i30 mostra no seu design oriental uma característica proposital. Parece que a Hyundai desenhou o carro querendo que ele tivesse aquele toque coreano, desde o princípio. Nunca me agradou, sinceramente, mas como não poderia perder a chance de ver o carro, me dirigi logo à revenda Caoa na Avenida Europa. Não foi difícil achar suas linhas extremamente curvas e seu teto baixo perto de tanto Tucson. E eu admito: ele é bem mais bonito ao vivo.

Apesar de estranhas, frente, lateral e traseira casam-se perfeitamente entre elas. Não minto que a cor negra da carroceria e as belas rodas de 17 polegadas ajudaram muito, mas é um carro um tanto elegante, diria. Chega a ter um toque esportivo também. As enormes lanternas traseiras e o friso cromado na grade dianteira não me incomodaram como nas fotos que já tinha visto. Mas o que surpreendeu mesmo foi a qualidade: de cara vê-se que é um carro bem montado, com um acabamento tanto externo como interno impecáveis, mostrando que os coreanos não estão pra brincadeira.

As fotos de celular foram sem querer (esqueci a câmera em casa), mas a posição mal-feita não: com uma relação de carros vendidos por cada concessionária gigante (afinal, nem a própria rede conseguiu crescer tanto como a marca), as revendas Hyundai têm seus showroons, pátios, frentes e às vezes até calçadas lotadas de carros 0km esperando compradores. Por isso, se andar lá dentro já era difícil, conseguir tirar a foto do i30 inteiro sem nenhum Tucson "entrar na frente" (ou mesmo conseguir espaço para tal) foi impossível. O jeito foi tirar uma foto torta da frente, outra da traseira.





FUTURO

De acordo com a simpática atendente (e com a própria Hyundai), o modelo só está ali para homologação, voltaria para a Coréia assim que possível, e só seria vendido aqui daqui a apenas uns oito meses. Bom, não quero discordar deles, mas não era isso que diziam os adesivos de airbag nos pára-sóis, os alertas estampados no motor e o próprio manual do proprietário, tudo em claro português brasileiro, além dos plásticos nos bancos. Tudo certinho, pronto para ser vendido. A tampa traseira já estampava até o adesivinho CAOA, colado nos carros a venda para fazer propaganda por aí. Junto, o novo nome, por enquanto exclusividade nossa. Sinceramente, acho interessante marcas que classificam seus carros com números ou letras (ou a combinação deles), mas Elantra Neos me parece bem mais interessante que i30. Nome composto, cujo segundo serve de diferenciação da carroceria original (como C4 Pallas, versão sedã derivada do primogênito hatch, e Vectra GT, aqui derivado do sedã original). Carroceria original? Derivado?

Derivado por um único motivo: até o fim do ano, teremos o sedã Elantra feito nacionalmente. É o ataque da Hyundai no segmento de sedãs-médios, que está bombando, e a tentativa de se firmar ainda mais no país. Apesar de não ter nada a ver com o i30 no design (e nem no direcionamento, já que um foi feito pensando nos europeus e o outro, nos americanos), o Elantra divide com ele plataforma, motor e todo o interior (levando junto o ótimo acabamento). Na teoria, são versões sedã e hatch dum mesmo modelo, com design completamernte diferente um do outro. Mas não deixa de ser o mesmo carro, e é isso que a marca quer deixar bem claro por aqui, colocando o Neos como uma versão hatch derivada do sedã.

O motor do Neos exposto era um 2.0 16V, e o câmbio, automático. Parecia versão top também nos equipamentos: airbags pra se colecionar, bancos em couro, ar digital, CD-player com MP3 e WMA, teto-solar, controles de áudio e piloto automático no volante, entre outros. Como versão mais cara, chuto preço entre 65 e 70 mil reais, brigando diretamente com 307 Griffe, Tiida SL e Vectra GT-X. Não estão descartadas, porém, versões mais baratas e com menos equipamentos. O propulsor 2.0 entretanto será o único: é o mesmo do Tucson e do futuro sedã Elantra, ambos futuros nacionais, o que significa altas chances de virar flex logo. Quem sabe, dividindo plataforma e motor com o Elantra, sua versão hatch não pode virar nacional também? Pelo que vi, seu sotaque oriental tem altas chances de incomodar a concorrência.



AZERA

Eu gastei dois parágrafos para falar que a Hyundai iria apostar pesado em carros de passeio, e isso não ficaria apenas em duas carrocerias de um Elantra, certo? Há um ano e meio ela exibiu no festival de inverno de Campos do Jordão o Azera (Grandeur para os europeus), notchaback requintado vendido a uma categoria acima do Sonata. Por aqui já está tudo definido: preço de 129.990 reais e motor 3.3 V6 com 235 cavalos, perfeito para agradar quem queria um Santa Fé mas não gosta de escalar para entrar no próprio carro. Teoricamente já está a venda, com preço até de versões usadas pela Fipe, mas a marca alega que o sucesso lá fora é tão grande que ela não consegue reservar um lote para trazer pra cá. Questão de tempo.

Num futuro mais distante, talvez, quem sabe ela não aposte num Accent? No recém-lançado i10? Seguindo o sucesso do Tucson, os automóveis da marca têm tudo para se firmar no nosso mercado. Mas o que é certo é que o Doutor Caoa (representante da marca por aqui) não está de brincadeira.



PRONÚNCIA

Muitas pessoas me perguntam como se pronuncia Hyundai, afinal cada um fala de um jeito e ninguém chega a um consenso. Simples, pronunciem como quiserem! Cada canto do mundo fala de uma forma. Na América do Norte é Rândei ou Riândei, dependendo da região. Na Europa varia ainda mais, do Iândei ao Iandêi, passando por suas derivações. Na Ásia até de Riânthai chamam. No Brasil a marca tenta pregar o "Iundai", pronunciado em português literal. Fica feio, mas nunca podemos nos esquecer de que os próprios alemães chamam suas principais marcas de BMV e Folks...

Fonte: Adriano Vieira - autodiario.com.br
Data: 03/02/2008
ID: 323

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